Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
No verão em Portugal não há cantinho que não esteja em festa, não há forma de escapar a cascas de melão deixadas para trás para engorda de moscas e abelhas, garrafões de vinho, bôlas de sardinha, chouriço, pão de ló, bagaço, Bolicaos e refrigerantes.
Os bombeiros na companhia dos cabeçudos são presença indispensável.
Quando era mais nova e não tinha mais nada para fazer nesses dias de canícula religiosa, se não ficar a assistir à procissão, quietinha à sombra para fugir de 40 graus ao Sol, lembro-me da presença habitual na banda de um bombeiro que não tinha um braço mas o outro tocava por quatro, ia de um lado ao outro do bombo com pujança e afinco.
Das varandas, decoradas orgulhosamente com mantas acetinadas, os crentes pobres atiravam moedas e os emigrantes notas de ‘dola’ ou franco bem abertas, para toda a gente ver o quanto davam na sua boa fé.
Os santos nos andores tinham cabelo preto cacheado e vestiam púrpura, miúdos arrastavam-se cansados na comunhão com camisas de renda até às orelhas, até hoje não sabem que mal fizeram para tal sacrifício de desidratação e dor de pés.