14
Jul20
Nem de lá nem de cá
Rita Pirolita
Costumo deleitar olhar e alma com televisão made in Madeira ou Açores.
Magazines culturais, de costumes, de festas e eventos religiosos.
Sambas importados não e muito menos meninas de traço rude e cabelo oxigenado das américas do norte e latinas, essas se dispensam pela distância de hábitos e desfile de modas de além-mar, de lantejoula ou cetim agarrados a curvas em demasia, por isso deixo já de falar delas, mesmo fazendo parte da paisagem no verão das ilhas!
As notícias são de lá e por lá ficam, dadas com timidez cândida, sem contaminação, só a eles pertencem, só a eles dizem respeito com todo o respeito pelas do mundo.
Se vivem sem guerra, longe da desgraça mundial, porque não evitarem o contágio?!
Magazines culturais, de costumes, de festas e eventos religiosos.
Sambas importados não e muito menos meninas de traço rude e cabelo oxigenado das américas do norte e latinas, essas se dispensam pela distância de hábitos e desfile de modas de além-mar, de lantejoula ou cetim agarrados a curvas em demasia, por isso deixo já de falar delas, mesmo fazendo parte da paisagem no verão das ilhas!
As notícias são de lá e por lá ficam, dadas com timidez cândida, sem contaminação, só a eles pertencem, só a eles dizem respeito com todo o respeito pelas do mundo.
Se vivem sem guerra, longe da desgraça mundial, porque não evitarem o contágio?!
Existe poder informativo acima de qualquer palhaçada espectacular.
Se têm programas pirosos? Se calhar, não vejo nem conheço mas aqueles que falam pelas gentes, são a delicia de ouvir sotaque recatado de boca mais fechada, conhecimento sem invenções ou circo de turismo.
Se têm programas pirosos? Se calhar, não vejo nem conheço mas aqueles que falam pelas gentes, são a delicia de ouvir sotaque recatado de boca mais fechada, conhecimento sem invenções ou circo de turismo.
Almas habitantes das ilhas não se podem sentir perdidas nem na terra onde poisam o corpo nem no mar que nunca será seu, pela imensidão de ligar outros solos.
Em todos os locais de Portugal há uma rua Direita, da Igreja ou da Sé e uma praça Central, ali não será excepção mas a rua Direita pode não ser tão directa como isso.
Em todos os locais de Portugal há uma rua Direita, da Igreja ou da Sé e uma praça Central, ali não será excepção mas a rua Direita pode não ser tão directa como isso.
Mal sabiam as moçoilas na ansiedade de se livrarem da insularidade ao agarrarem-se a um continental, que se estavam a afastar da simples quietude e não do atraso ou monotonia, que iam mergulhar num mundo caro demais para o engano!
O isolamento pode desesperar e enlouquecer mas também protege da insana invasão.
São estes piratas de barco fundado, feito de montes de preta pedra, de hortenses e esterlícias, que falam da terra em permanente desterro orientado na imensidão do oceano, que se sabe Portugal e não ilha-país como tantas há por esse mundo fora.
Pedaço de nação que já foi o único que nos restava, resistente Adamastor a investidas espanholas de nos tirarem pedaço em terra-continente.
Ilhas de refúgio real, de escritores e loucos artistas, prodigiosos poetas e prosistas de linguajar denso e polposo-sumarento.
Pedaço de nação que já foi o único que nos restava, resistente Adamastor a investidas espanholas de nos tirarem pedaço em terra-continente.
Ilhas de refúgio real, de escritores e loucos artistas, prodigiosos poetas e prosistas de linguajar denso e polposo-sumarento.
Se atrasados são estes, eu que não sou gente nascida lá nem muito menos sou de cá, será que me deixam ser de lá?...