27
Mai19
Quanto mais 'miga' menos se lhe arrima
Rita Pirolita
Temos conhecidas de vista, aturáveis, conhecidas por arrasto ou solidariedade com amigos nossos, conhecidas do trabalho e depois vários níveis de amigas.
Já tentaram catalogar os vários tipos?
Eu vou tentar sem me rir muito.
Eu vou tentar sem me rir muito.
Aquela amiga que já pensa ter intimidade suficiente para nos tocar e estar constantemente a tirar cabelos, migalhas de bolacha ou borboto da nossa roupa.
Há aquela que só se dedica a sacudir a caspa dos ombros e aproveita para nos recomendar a melhor marca de shampoo anti-caspice ou a não usar blusas escuras.
A que se acha a maior sumidade com direito a MBA na área da amizade, reclama exclusividade em saber os nossos segredos mais obscuros e íntimos, tem que saber quem namoramos antes do próprio namorado, fica ciumenta se damos mais atenção a outra, chora no nosso colo porque já não sente que é a melhor e única amiga e nós lá temos que a confortar sem que perceba que boas amigas vão-se encontrando ao longo da vida e ninguém tira o lugar a ninguém.
Estas amigas não percebem que o coração não tem compartimentos e mesmo que tivesse, quando está tudo ocupado, arranja-se sempre lugar para mais um inquilino.
Estas amigas não percebem que o coração não tem compartimentos e mesmo que tivesse, quando está tudo ocupado, arranja-se sempre lugar para mais um inquilino.
As amigas que só nos procuram quando têm problemas com o namorado ou estão sozinhas e querem ir sair nem que seja ao centro comercial, a ver se arejam a solidão patarecal e quem sabe arranjam macho, conforme o nível de desespero, às vezes até marcha o rapaz do totoloto.
As que se estão a candidatar a grandes amigas e vão fazendo leves incursões nas nossas rotinas com mexericos como desbloqueadores de conversa. Só cai na armadilha quem quer!
Há umas de quem continuamos amigas porque o rapazito com quem andam é mais interessante que ela e até chegamos a pensar que não o merece e que nas nossas mãos estaria mais bem entregue. Nunca temos intenção de desfazer lares mas às vezes eles também chegam às mesmas conclusões que nós e a coisa até se proporciona, perdemos uma amiga e ganhamos um curto mas bom período de diversão.
Aquelas que ficam chateadas por virem a saber que o moçoilo com quem andam já passou pelas nossas mãos e têm nojo de comer restos.
Aquelas que são tão chatas, narcisistas e mimadas que só servem para ir ao centro comercial em dias que só nos apetece beber um café e ver montras sem a intenção de comprar seja o que for, porque o guarda-fatos lá de casa já rebenta pelas costuras.
Nestes dias tomamos a decisão anual de dar roupa para a igreja, para nos sentirmos melhor com a desculpa de ajudarmos os mais necessitados, quando o que queremos mesmo é renovar os trapos e passamos nós a fazer de princesas pobrezinhas, sempre a queixarmo-nos que não temos nada para vestir ao olhar para um roupeiro quase vazio, isto na perspectiva de quem tem tudo o que quer e até demais.
Nestes dias tomamos a decisão anual de dar roupa para a igreja, para nos sentirmos melhor com a desculpa de ajudarmos os mais necessitados, quando o que queremos mesmo é renovar os trapos e passamos nós a fazer de princesas pobrezinhas, sempre a queixarmo-nos que não temos nada para vestir ao olhar para um roupeiro quase vazio, isto na perspectiva de quem tem tudo o que quer e até demais.
Aquelas que estão sempre a cobrar saídas porque estão sozinhas e nós arranjamos namorado há pouco tempo, estão-se sempre a insinuar, até parece que invejam a quantidade de quecas que damos. Elas quando estão acompanhadas ainda fazem pior, só voltam a dar à costa todas chorosas, quando os gajos lhes dão com os pés porque voltam para a ex ou porque acabam por confessar que são casados e têm uma família numerosa ao estilo africano.
As peganhentas, que num par de meses de amizade já nos tratam por 'migas' ou 'quiduxas'.
A amiga beta que está sempre a criticar tudo o que vestimos, calçamos, cabelo, make up, unhas, postura...e diz que só o faz para nosso bem, para termos um ar decente e não brega, quando o que a corroí é a inveja desmedida do nosso corpo e das nossas conquistas.
As que se aproximam porque vêm que temos muitas 'connections' e através de nós acham que até podem arranjar emprego, gajo ou entrar nos sítios da noite frequentados por betos da linha com graveto.
No fundo estas são todas amigas 'contrafeitas'!!!
A verdadeira amiga é tão autêntica que não existem palavras para a descrever, já todos sabemos o blá, blá, blá de trás para a frente - 'está lá sempre e quer se queira quer não, diz o que pensa mesmo que faça mossa.'