24
Jul20
Os dias da semana são todos f@didos
Rita Pirolita
Este texto é para quem o apanhar e mais propriamente para quem está habituado ao velho e caduco horário de funcionário público com folga católica aos sábados e domingos.
Deus fez dois dias para descansar ou pelo menos não se fazer o mesmo que se faz nos outros cinco e criou especialmente o Domingo para ir às compras ao Continente, Jumbo ou Pingo Doce.
A segunda-feira é aquele dia a seguir ao fim-de-semana que nem sempre é de tanto descanso como isso, com miúdos a canseira ainda é maior.
Todos se tentam desdobrar em programas educativos ou ir apenas ao centro comercial mas tudo irrita quando durante a semana já se faz uma coisa que não se gosta ou odeia, ao fim-de-semana já não se tem forças e só se pede que haja outro dia de descanso para descansar dos dias de descanso.
Todos se tentam desdobrar em programas educativos ou ir apenas ao centro comercial mas tudo irrita quando durante a semana já se faz uma coisa que não se gosta ou odeia, ao fim-de-semana já não se tem forças e só se pede que haja outro dia de descanso para descansar dos dias de descanso.
A segunda é um dia manhoso portanto, um dia de início no purgatório e quando se começa cansado passa a calvário.
A terça é aquele dia que começamos a ficar convencidos por comparação que o dia anterior foi muito pior, por isso é melhor não recordar o passado, levantar a cabeça, encher o peito de ar, não mandar o patrão de volta para a con@ da mãe dele e continuar a olhar para a frente, porque temos quase a certeza que vamos chegar ao fim do dia de rastos mas vivos.
A quarta é aquele dia que não fode nem sai de cima, voltar à segunda nem pensar, o melhor é continuar a caminho do fim-de-semana que quando menos se espera nos cai em cima com mil e um programas congeminados mas nunca combinados a ponto de se concretizarem, a única coisa que se consegue muitas vezes é um esfreganço no sofá, de pijama, pantufas, batatas fritas e filmes que param o cérebro!
Na quinta já começa o empolgamento dos dois dias mais desejados, passa num ápice e quando menos damos conta entra a desejada sexta, com uns copos à noite.
Às sextas anda tudo de cabeça no ar, atafulha-se e baralha-se e na segunda logo se vê e resolve.
O sábado se acordar lindo de morrer em vez de irmos passear na praia, pensamos logo em enfiar os cornos no centro comercial, se estiver chuvoso e mal encarado é o pretexto perfeito e mais que justificado para também nos enfiarmos no centro comercial e atafulharmos o bandulho de hambúrgueres e Coca-Cola ou aproveitamos todas as desculpas e mais algumas para obedecer à preguiça, não que a nossa mente não se esforce por viajar de corpo lampeiro mas imaginário-volátil em CrossFit´s, jogos de ténis, partidas de Futesal mas tudo o que conseguimos fazer é olhinhos ao sofá e à TV e rendermo-nos àquela manta ranhosa que já anda a ameaçar lavagem desde o inverno passado.
Se calhar depois do jantar, m pé de dança que a noite é uma criança e o domingo é fodido de ronhice mais que o sábado!
Vamos a sacudir a velhice dos ossos e tentar aguentar uma noitada como há anos atrás para nos sentirmos ainda disponíveis no mercado!
No domingo acorda-se por volta da hora de almoço com uma dor de cabeça de 20 num corpo de 40, tomamos um chá, olhamos para o tempo e mesmo que não esteja muito mau nós estamos de rastos seja para o que for, por isso é melhor aceitar o convite de todos os domingos e ir almoçar a casa dos pais, não se cozinha nem se tem trabalho a arrumar pratos e talheres.
Sentadinhos à mesa em estado letárgico com a mãe a perguntar se estás doente de 10 em 10 minutos e tu a dizeres que não mas dás conversa com o blá, blá, blá de sempre, que o domingo é um dia que provoca nostalgia porque em menos de nada a segunda torturante está aí e o domingo foi criado não para descansar mas para sofrer por antecedência com a pesarosa segunda.
Sentadinhos à mesa em estado letárgico com a mãe a perguntar se estás doente de 10 em 10 minutos e tu a dizeres que não mas dás conversa com o blá, blá, blá de sempre, que o domingo é um dia que provoca nostalgia porque em menos de nada a segunda torturante está aí e o domingo foi criado não para descansar mas para sofrer por antecedência com a pesarosa segunda.
No fundo todos os dias são uma merda porque são vividos na eminência ou desejo de terminarem e passamos assim o tempo a projectar e ansiar o dia seguinte!