Lembro-me do tempo do auge da criação e gestão aceitável das cooperativas, logo a seguir à Revolução de 74 na senda da Reforma Agrária.
Por breves momentos na história de Portugal o povo tinha a sensação que se podia governar e orientar, até começarem a subverter o espirito de solidariedade cooperativista com ganância e roubos.
Na altura da crença única no mito, na era primordial da humanidade, que não me lembro, porque não estava lá mas pelo que resta e perdurou até hoje, consigo perceber as pueris e desinteressadas rezas, oferendas e sacrifícios a seres superiores, que à altura era o entendimento possível para os fenómenos do Universo.
Saberiam os nossos antepassados assim tão pouco sobre o papel avassalador dos deuses? Umas vezes mostravam-se irados e outras bem-feitores de mãos largas, depois da tempestade espalhavam a bonança de colheitas generosas, mais alimento, mais bocas a nascer!
Começamos a ser demais para nos entendermos, coisa em que já não éramos bons quando seriamos apenas dois, o Adão e Eva como todos sabem, começaram logo com divergências, ela comeu a única maçã de que dependia a máscula sobrevivência, romanceada em tentação e ele toma lá que vais ser mal parida por uma costela minha!
Depois quando pensávamos que sabíamos muito da vida mandamos os deuses aos porcos com o comunismo e deu no que deu, porra e meia e merda inteira.
Passamos a acreditar em homens que se endeusavam a todo o momento, na ansia louca de que o seu caminho era inquestionavelmente certo, tão certo que descambou sempre em coisas tão desequilibradas como a fome e a guerra que continuam a matar milhões, domínio cego, ditaduras, desgraça, escravatura...You name it!
As mesmas atrocidades se repetem na destruição do ateísmo que esconde o capitalismo e louva o Deus dinheiro. Igreja e politica enrolam-se em lençóis de prostituta promiscuidade.
Para fugir à responsabilização pusemos a nossa vida nas mãos de líderes que pensamos eleger democraticamente. Ilusão mais ilusionada não há!
E assim nos deixamos levar por promessas de maus pregadores e pagadores que representam e bem o nosso egocentrismo, narcisismo e misantropia.
Sendo assim como podem representar os sentimentos de altruísmo humanitário se ele nunca existiu e esteve sempre no segredo dos deuses, como as tempestades e as estrelas cadentes nos antípodas da pré-história?
Os deuses nunca estiveram loucos, não seria melhor deixá-los intocáveis lá bem em cima e não termos a pretensão de os ter mal representados cá em baixo?
Se bem não fizer?...Pior do que já provocamos não virá ao mundo!