Ditadura da liberdade, é disso que sofremos e somos escravos, de uma liberdade coersiva, tão descartável que nem dá tempo para sermos consistentes, soltos e assumidos.
Fazemos tentativas inglórias de educar crianças num vazio sem referências, pensando que lhes estamos a dar liberdade para que cresçam sem grilhões, para que possam decidir o que querem ou fiquem confusas e mudem de ideias constantemente e queiram experimentar tudo sem se decidir por nada, como se fossem animais em cativeiro, objecto de experiências que logo se vê no que dá mas na realidade apenas nos estamos a demitir do trabalho que dá educar, porque em muitos casos também não sabemos como o fazer.
Não educar e deixar ao abandono é o poço da desorientação.
Saltamos esquizofrenicamente da segregação sexual para uma mal enjorcada igualdade de género, acabamos por condicionar na mesma o carácter, com a nossa ansiosa mostra de adultos lutadores, que desfilam por causas nobres, em vez de expormos as crianças a cenários variados, para que a escolha seja mais consistente.
Nenhuma criança vai pedir um brinquedo que não existe, se não que o invente ela própria e estimula assim mais a sua capacidade cognitiva.
A ausência de discriminação deverá sempre ter origem na igualdade de acesso às oportunidades e aí reside o problema, que nem nas auto-proclamadas democracias se cumpre, onde ninguém ocupa lugares por concursos justos de acesso e selecção ou mérito, onde até um lugar de pouco destaque e interesse é ocupado por cunha.
Salvo as raras excepções dos que se revelam génios, sem estarem expostos ao elemento para que mostram forte apetência e inclinação, dependem mesmo assim do factor económico ou sensibilidade de quem os acompanha, para poderem explorar e singrar na área para que estão dotados.
Sem comparação, é muito mais grave meter uma arma nas mãos de uma criança, que dar uma Barbie a um menino que a peça ou uma bola a uma menina.
As pessoas vão-se definindo e enriquecendo com a variedade de escolha e exposição aos vários ambientes que estimulam a capacidade de ultrapassar e resolver dilemas, problemas e questões, mais que pela imposição de uma longa, confusa e espartilhada lista de regras e condicionamentos de comportamento.
Não queremos adultos a sair do armário constantemente, porque nunca ninguém os aceitou como eram mas também não queremos aproximar géneros e desvanecer diferenças saudáveis e complementares com medo de ferir susceptibilidades.
É muito difícil, se não impossível, proporcionar igualdade de oportunidade de acesso, é mais fácil por preguiça política, colocar todos a pensar e concordar com o mesmo, numa consciencialização forçada e tolerância paralisante que culminam num desnorte de conceitos!
A diferenciação de género e do indivíduo deve-se basear na livre escolha e acesso a oportunidades e não na incongruência de quem não sabe o que quer ou não sabe ter ideias próprias, porque foi criado com mimo e dinheiro!
Post Scriptum em jeito de grito...
Porque há coisas mais importantes para resolver no mundo, que atiram este tema para um canto!
Pensem apenas em crianças que nunca brincaram e cresceram no meio da morte, miséria, guerra e fome...o resultado é assustador, não é???
A não ser que sejam gerações depuradoras, que tragam a mudança por oposição ao erro em que nasceram!