05
Dez19
Tudo e nada
Rita Pirolita
Não me sinto daqui nem dali, nada me traz tais recordações, a ponto de me agarrar ou fazer reconhecer um sítio como meu de entranhas.
Esta leveza faltosa de séria coisa, afasta a depressão, deixa-me numa dormência de sentir, por aquilo que não merece mais que isso, a indiferente profundidade do passado, que pouco deixa, magoa mais que ensina, atira-me para o futuro expectante de mais e melhor.
Irei desta terra sem ilusões, apenas a satisfação da árida e acutilante lucidez endoidada do pragmatismo simples.
Que me enganem os alienados, desenganem-se antes os iludidos e resguardem a clarividência de quem não quer ver por querer.
Se me quero assim, a pertencer a tudo e nada, não vou entre vós de maioria.
Sem conquistar seguidores preservo a minha solidão, não desgasto palavras nem desperdiço ideias.
Esta leveza faltosa de séria coisa, afasta a depressão, deixa-me numa dormência de sentir, por aquilo que não merece mais que isso, a indiferente profundidade do passado, que pouco deixa, magoa mais que ensina, atira-me para o futuro expectante de mais e melhor.
Irei desta terra sem ilusões, apenas a satisfação da árida e acutilante lucidez endoidada do pragmatismo simples.
Que me enganem os alienados, desenganem-se antes os iludidos e resguardem a clarividência de quem não quer ver por querer.
Se me quero assim, a pertencer a tudo e nada, não vou entre vós de maioria.
Sem conquistar seguidores preservo a minha solidão, não desgasto palavras nem desperdiço ideias.