15
Jul20
Sem aviso
Rita Pirolita
E eu a pensar que a vida ia só ser atribulação de pão seco, mealhas desgarradas, agora espalho dourada manteiga, levo colherinhas de geleia à boca que me entretenho a penicar com pequenos beijos.
Os dias começam em esperança de pequeno-almoço alvorado, os músculos do tempo esticam em turpor de cama.
Sem a espera de dias melhores, apenas vivo sem fazer contas ao que me espera ou resta.
Quando morrer não aviso, enquanto viver vou deixando de avisar.