Espíritos novos
O que acho impressionante é muitos ainda acharem tudo uma novidade, a pandemia, os políticos, as atitudes das pessoas em geral...
Sóis quase todos espíritos muito novos, andais cá há pouco tempo!
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O que acho impressionante é muitos ainda acharem tudo uma novidade, a pandemia, os políticos, as atitudes das pessoas em geral...
Sóis quase todos espíritos muito novos, andais cá há pouco tempo!
Ainda se vêem galinhas degoladas, cuecas, mechas de cabelo e gatos sacrificados nos cruzamentos a determinada lua, sinal de gente muito pouco evoluída, entristece-me tanto ainda ver isto!
O horário dos vossos cães também é às 7 da matina???
Caramba parece que engoliram um relógio e está sempre certo!
Embora esteja farta de ler opiniões e notícias sobre Covid, tenho apenas a dizer que sejam quais forem as medidas de contenção isto é uma pandemia, nenhum país está preparado nem tem estratégia nenhuma, estamos como sempre entregues a nós, ao tempo que passa, cura e volta a passar!
Esta ideia cristã de baixar as calças e perdoar...quem faz mal é que tem que provar que se redimiu no caso de querer tentar nova aproximação mas...porque raio quereria eu dar-me novamente com quem me fez mal? Como as pessoas não mudam com facilidade é pouco sensato da minha parte pôr-me a jeito!
Ontem assinalou-se o dia mundial de combate ao bullying, li alguns testemunhos emocionantes de infâncias abaladas mas acima de tudo senti adultos que aproveitaram o pior para dar o seu melhor e crescer e amadurecer o mais saudável possível, num mundo em que tinham sempre a sensação de sobrevivência, que estava contra a sua existência, que não os fazia ter importância.
Ora bem a minha história de infância, qualquer história faria verter lágrima, a não ser que se tenha tido uma vida chata como o caralho, sem pontapés, bofetadas, chineladas no rabo que até levantavamos os pés do chão, fome e pobreza, óculos fundo de garrafa com pala ou sem ela, aparelho nos dentes (eu), gordos ou magrelas (eu), zingarelhos que chiavam por todo o lado para corrigir as pernas, cadeiras-de-rodas, surdos, mudos, vesgos e zarolhos, ossos partidos, joelhos deitados abaixo, cabeças abertas fechadas em pontos...
Se eu era feliz? Não sei, sinceramente não tinha maturidade para pensar nisso, o meu ser existia apenas numa luta diária que me parecia natural, frágil às vezes, com ou sem medos!
Ora bem, onde quer a maioria chegar já eu sei com um discurso de coitadinhismo em que o nível de competição que a sociedade actual nos vai impingindo cada vez nos vota mais à falta de sensibilidade e muita filha da putice, os nossos pais sobreviveram num mundo de trabalho normalizado sem oportunidades para queixume, a competição para objectivos comuns rouba originalidade e desvanece a diferença e carisma!
Uma coisa vos digo, na minha infância convivi com todo o tipo de gente, pobre, com deficiência, éramos honestamente cruéis como só as crianças o conseguem ser, com inocência protectora, chamavamos nomes uns aos outros e andavamos à porrada todos os dias mas ai de alguém que fizesse mal aos meninos mais fracos da nossa rua! Sim, éramos solidários na diferença, unidos, amistosos, meigos e rebeldes, estávamos todos a crescer e a maioria resultaram em adultos que não se perderam, mantiveram o foco. As gerações de hoje são desprovidas de compaixão, nunca vão aprender a gostar deles próprios, serão bebés até morrer, queixosos, pedintes de amor e carinho, a sua diferença cada vez mais se dilui num mundo cheio de vazio que caminha para lado nenhum! Não tive filhos porque não gostei de ser filha mas gostei de ser criança na minha adorada e saudosa década de 70, onde os casos de violência doméstica, pedófilia, abusos, violações, agressões...eram iguais aos de hoje apenas mais calados e mantidos entre 4 paredes por vergonha, agora temos o enaltecimento da vítima sem lhe retirar o coitadinhismo falsamente protector, não existem vítimas sem agressores, abusados sem abusadores, marginalizados sem opressores mas ó mundo e a educação para a aceitação em vez de palco para estrelas de comiseração que angariam peninha?
É mais fácil proibir e criticar, alimentar o monstro para que fique manso do que mudar mentalidades, fazer escolhas e assumir responsabilidades no percurso!
Crescer dá trabalho mas compensa e a humanidade escolheu o caminho mais fácil mas sofrido!
Já estou à espera que pouca gente se reveja neste texto precisamente pelas razões que nele apresentei!
A SIDA e os macacos, a Covid e os morcegos, a cólera e os ratos...
Ó humanidade não aprendemos nada, os animais são mais selectivos que nós que somos piores que porcos a comer!
Lembram-se quando nos diziam para apanhar o cabelo porque puxava pelas raízes e assim crescia mais depressa?
Só quase aos 50 anos me pareceu que esta semana foi o caso, será ilusão, será vento? I couldn't care less!