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Estou triste mas não surpreendida por aí além com o ajuntamento fracassado dos coletes amarelos, lembram-se?
Mais uma vez ficou demonstrado que mais se mobilizam as gentes por instintos primitivos, labregos e imediatos que não exijam esforço para pensar ou obriguem a opinião ou posição! Ficou mais que provado que gostamos de coisas que funcionem de bandeja e não postas a funcionar por nós. Afinal somos assim no dia-a-dia, se estiver bem em minha casa não me interesso com a vida do vizinho, agora se ele começa a ter muitas galinhas, já tudo muda de figura, ou tenho um porco que também ponha ovos ou arranjo um cão que lhe vá à capoeira!
Não gozar e respeitar os que lá estiveram já é atitude, embora desorganizados e não se querendo colar ou serem associados a movimentos de extrema-direita, podiam ter boicotado as reportagens da TV pública ou a direitolas da Cofina, feitas por péssimos jornalistas que claramente respondem a agenda política, acreditando os entrevistados que os repórteres estavam ali para dar visibilidade e voz ao manifesto, mas não, fizeram as perguntas erradas, contribuiram para a humilhação e descrédito, manipularam!
As agitações não começam por doutrinas eruditas, começam por pequenas mas verdadeiras trivialidades humanas, não é um jogo pontual de futebol onde se ganha perde ou empata, são todos os dias que nos humilham e roubam em cada grão de arroz, em cada gota de combustível, em cada watt de luz.
Para os velhos já tanto se lhes dá, baixaram os braços, cansados já não lutam, tudo foi deixado nas mãos da minha geração que acabou por emigrar, como vimos fazer, os filhos que vieram depois vivem a reboque e na mama dos pais ou avós, tal como tão bem fazem os governos aos contribuintes.
As gentes envelhecidas acham que já fizeram a sua revolução, em tempo que havia esperança e se acreditava na força de um povo unido, sentem-se culpados por pouco ter resultado e encolhem-se de vergonha em reconhecer que mais uma revolução, por mais ordeira que seja, talvez agora também não dê em nada...
O aviso prévio de quantos, onde e a que horas, pedido por lei, foi aproveitado para mobilizar forças dissuasoras de segurança e controlo aparatoso, que nunca estão presentes ou funcionam para evitar a desgraça, coletes azuis mais que amarelos.
Dos mortos nas catástrofes que têm assolado o nosso pais por incuria e incompetência, não reza a história, não são responsabilidade de ninguém, já não dão despesa e deixaram de pagar impostos, é melhor manter os vivos doentes e sem saída mas a pagar sempre!
Se um médico cura, deixa de ter clientes!
Para a próxima talvez resulte se tudo for espontâneo, em cima da hora e do joelho, sem pré-aviso, sem faladura de sofá e sem redes sociais que funcionam para incitar à adesão e motivar mas também para dar tempo de apanhar todos os pássaros pelas patinhas de trás.
Dispersar para quebrar a força.
Tenho respeito por todos os que sairam à rua de forma pura, com verdadeiro crédito nas reivindicações e exigências, sem cor política, não ficaram em casa, os sindicatos nada independentes não se mexeram, a esquerda está contente mas a pouca adesão não quer dizer que a maioria está contente, pelo contrário, estamos a deixar espaço ao descontentamento e revolta acumulada, ridicularizar ou desvalorizar trejeitos de extrema-direita e destruição, em nada os elimina ou nega e mais nos aproxima de ditaduras.
Os políticos já tomaram o pulso, sorriem de vitória mas que se acautelem porque este silêncio será talvez uma derrota, um grito amordaçado de mudança, assim espero!
Há uma Opus Dei e uma Maçonaria que sabem poder continuar a enriquecer e controlar, com uma esquerda capitalista por fachada, que lhes dá cobertura.
Esta manif é contra o que a esquerda tem deixado passar na aprovação do OE, contra a venda a retalho de um país em troca de endividamento, esta manif não serve aos falsos e corporativos defensores do povo porque não tem classe, cor politica ou grupo que se possa espicaçar contra outro, esta manif não tem ponta por onde se lhe pegue para lançar a confusão. Foi convocada e adensada para ser desconstruida por órgãos de comunicação social que depois em cobertura de rua a rebaixaram, apelidando de desorganizada e desorientada!
As fake news são uma realidade, espalham o mal, disfarçadas de populismo e boas intenções!
Tivesse sido feita por gente que trabalha, fora das grandes cidades mas já são poucos e os das cidades só vêm ver o aparato da janela, estão bem com tudo à mão, nunca sentiram ou já se esqueceram, das dores de quem depende de transportes públicos deficitários, de quem não tem um hospital ou tribunal por perto!
Em que altura não sei bem mas ficámos assim, encurtámos horizontes e engolimos a empatia!
Somos facilmente virados do avesso, agrupados, divididos e acicatados, depois atiram-nos uma mealha de carne e lá vamos empurrando com futebol, Gay Prides, Halloweens e Black Fridays!
Se calhar agora que estou a ficar velha mais me apetece deixar que os jovens lutem, não fiz a minha parte, tivesse feito, só sonho em ficar no meu canto, a possuir coisa pouca, de vida simples, para que não dêem muito conta de mim, não me liguem e não me chateiem. Estou também eu cansada de ver tantos abusados a ansiar vingança em chegados ao pedestal dos capatazes abusadores!
Lembrem-se que mais um ano passa e todos os criminosos que arruinaram de monta o nosso país vão celebrar mais um Natal no aconchego doméstico!
E assim todos perdoamos porque é época de esquecer aquilo que repudiamos nos outros e teima em estar em nós também!
Quero acreditar que nem sempre vai ser assim mas até lá uma certeza tenho, para este outono-inverno, a tendência não será o colete nem o amarelo!
Eu afinal nem queria escrever nada disto, não percebo nada de política, moda ou mesmo do mundo onde vivo...
Sejam felizes sem escarafunchar a razão, acredito que não vale a pena!